O início da legislatura de 2025 inaugura um momento de renovação política em diversos municípios brasileiros. Em Valparaíso de Goiás, a mudança foi significativa: apenas três dos 13 vereadores foram reeleitos. O resultado das urnas é um recado direto. Após uma legislatura marcada por crises, afastamentos, impeachments e prisão , a população decidiu por um recomeço, confiando a maior parte das cadeiras a novos representantes.
Esse cenário cria uma oportunidade inédita. Para os 10 vereadores recém-eleitos, a renovação não deve ser encarada apenas como uma ruptura simbólica com o passado, mas como a chance de protagonizar mudanças concretas. No entanto, esse protagonismo exige coragem para enfrentar desafios e independência para resistir a práticas que desiludiram os eleitores no passado.
Em outros municípios, a política tradicional continua a ditar os rumos. Parlamentares iniciantes se veem frequentemente subordinados a estruturas consolidadas, com decisões impostas pelos mais experientes. Mas, em Valparaíso, os novos vereadores têm uma força numérica que os coloca no centro das decisões, especialmente na formação da mesa diretora e na definição das prioridades da Câmara.
Ainda assim, há sinais de preocupação. Alguns parlamentares podem estar presos a compromissos de campanha ou alianças declaradas prematuramente, muitas vezes divulgadas em redes sociais ou veículos de imprensa. Essa postura levanta uma questão essencial: Quem lidera pode ser refém de acordos? A resposta é clara: não.
A política exige diálogo, negociação e construção de consensos, mas não submissão. Voltar atrás em compromissos que contradizem os princípios ou a vontade popular não é um erro. Pelo contrário, é um ato de maturidade e grandeza. O verdadeiro equívoco é trair a confiança dos eleitores para manter compromissos alinhados com interesses que não refletem o desejo das urnas.
A população de Valparaíso espera dos novos vereadores uma postura firme e autêntica. A renovação foi apenas o primeiro passo; cabe a esses parlamentares transformar a esperança em resultados. Ser protagonista na política é assumir as rédeas, liderar com integridade e articular com responsabilidade.
O tempo é curto. Quatro anos parecem longos, mas passam rapidamente para quem opta pela hesitação ou pela passividade. Eleitores atentos cobrarão atitudes e resultados à altura das expectativas que o momento impõe.
A história recente da cidade não admite indecisões. Este é o momento de agir com coragem, construindo uma Câmara que, de fato, represente a vontade popular e rompa com as práticas que levaram ao descrédito da legislatura anterior. O protagonismo está à disposição dos novos parlamentares, mas é preciso coragem para assumi-lo. Afinal, quem lidera hoje pode transformar o amanhã; quem hesita, será rapidamente esquecido.