Foi breve. Mas não passou despercebido. Roberto Martins ocupou, por seis meses, uma cadeira na Câmara de Valparaíso de Goiás. Assumiu o posto como suplente do Podemos, após o titular se licenciar para integrar o secretariado municipal. Deixou o cargo no fim de junho, mas sua passagem ficou cravada no ritmo e na memória do Legislativo.
Roberto é conhecido do eleitorado local. Advogado, disputou três eleições para vereador, foi candidato a deputado estadual em 2018 e a prefeito em 2016. Em 2024, alcançou 928 votos e ficou como primeiro suplente. Quando surgiu a oportunidade, não hesitou. Chegou com desenvoltura de veterano e linguagem de quem sabe onde pisa.
No curto tempo de mandato, não buscou palco, buscou soluções. Propôs a realização de uma audiência pública sobre a vocoroca da BR-040, erosão que há anos ameaça moradores e infraestrutura sem receber atenção efetiva. Também levou ao plenário um projeto de lei contra fraudes em combustíveis, defendendo o consumidor e o comércio justo.
A atuação de Roberto não se restringiu ao conteúdo. Chamou atenção pela forma. Ouviu, dialogou, dividiu ideias. Colocou seu conhecimento jurídico a serviço da Casa, auxiliando colegas em propostas e pareceres. Construiu pontes, não disputas. E fez tudo isso com postura técnica, respeito institucional e apego aos valores que carrega consigo.
Para a população de Valparaíso de Goiás, sua saída no fim de junho deixou sensação de vazio. Não apenas pelo que entregou, mas pelo que ainda poderia construir. A percepção recorrente é de que o tempo foi curto para o tamanho da entrega. O mandato temporário ganhou contornos de mandato completo.
Hoje, seu nome já circula nas conversas sobre 2026. Caso dispute uma vaga na Assembleia Legislativa, terá o que mostrar. E, se decidir voltar à Câmara em 2028, dificilmente será como suplente. A base está consolidada. A imagem, fortalecida.
Roberto Martins deixou o Legislativo, mas permanece na cena pública como símbolo de uma atuação que combinou preparo, serenidade e resultado. Valparaíso viu, nesse intervalo, o quanto um mandato, mesmo breve, pode fazer a diferença quando exercido com propósito.